Família Atleticana - Da Cruz
- Luis Felipe
- 1 de mai. de 2017
- 5 min de leitura
De uma amizade na infância e agora com a família. A paixão de menino do Luiz Fernando, 40 anos, pelo Atlético. Passou de pai para os filhos e deu origem para uma bela família atleticana.

Foto: Luiz, João, Leo (2 anos) e o Luiz Fernando. O amor pelo Atlético. Créditos: Luis Felipe Sanzovo
A paixão do Luiz Fernando pelo atlético não começou em casa, mas com um primo. "Meu pai nunca foi um torcedor assíduo, nunca foi ao estádio, nem nada. Na época de colégio, um primo que me incentivou a torcer pelo Atlético, quando eu tinha uns 10 anos", conta Luiz Fernando.
Ali começava uma história com o Furacão, a qual rendeu várias lembranças. Uma delas é o Atletiba da final do Paranaense de 1990. "Na época em que eu era mais novo, o meu pai tinha uma leiteria e eu estava trabalhando naquele dia lá, mas acompanhando o jogo com um radinho de pilha", lembra Luiz da emoção que foi aquele jogo.
Atletiba do Berg
E coloca emoção nisso! Por ter feito a melhor campanha da competição, o Atlético poderia ser campeão com dois empates, porém teria pela frente o Coritiba. O primeiro jogo foi tenso, o Coxa vencia até os 44 minutos do segundo tempo, até que nos últimos minutos, depois de uma cobrança de falta, o Dirceu, de cabeça, empatou o jogo para o Atlético. Um empate valioso, mas ainda tinha a partida no Couto Pereira.
Dirceu repetiu a dose, logo aos 5 minutos, na partida da volta. O Atlético saía na frente na casa do rival, porém o Coritiba virou a partida com gols do Pachequinho e do Berg, antes do intervalo. Assim, a equipe rubro-negra teria que empatar ou virar o jogo. E aos 26 minutos, o lance antológico: para tirar o perigo, Berg cabeceou a bola para trás, para tentar mandar para escanteio, mas - por um capricho - a bola encobriu o goleiro do Coritiba e foi para o gol. Um gol contra do zagueiro do Coxa e o título de 1990 para o Atlético.

Foto: Atlético de 1990. Créditos: Blog do Tutty do CAP
2001
Outra partida marcante para o Luiz foi em 2001. Um ano especial para o Atlético, ano do título brasileiro. "Um jogo que me marcou, que me deu vontade de sair chorando. Foi a partida contra o São Paulo. O Atlético eliminou a equipe paulista. Naquela época o Furacão mudou de patamar, ganhou representatividade nacional. Foi um divisor de águas", nos conta Luiz.
Os gols do Kléber Pereira e do Alex Mineiro foram históricos. O Atlético venceu por 2 a 1. Superou o São Paulo nas quartas de final, depois o Fluminense e, por fim, o São Caetano. No dia 23 de dezembro, pouco antes do natal, o Furacão conquistou o Brasil! Com um gol do Alex Mineiro, a festa ficou completa, a coroação de um time inesquecível.

Foto: De geração em geração. Créditos: Luis Felipe Sanzovo
Do pai para os filhos
E essa paixão foi passando para os filhos. "O mais velho, quando a gente pegou a ecografia dele, já mandei fazer uma montagem dele com a camisa do Atlético. As primeiras roupas, quando eu sabia que seria menino, eu já comprava um sapatinho do Atlético e fui sempre incentivando. O esporte dignifica as crianças, você aprende muita coisa com o esporte. Boas e ruins. As ruins temos que ensinar eles a evitarem", relata Luiz.
O primeiro deles é o João, 10 anos, o mais velho, que treina na escolinha do Atlético e é um dos parceiros de jogo. "O João fica eufórico o dia que tem jogo. Esses dias a gente tinha que ir na chácara da minha mãe. Ele não queria nem ir lá, pois não sabia se fosse daria tempo de ver o jogo. Ele acompanha tudo, sabe a escalação, tudo", conta Luiz.
E o João contou um pouco sobre a história dele com o Atlético. "Eu comecei a torcer pelo meu pai, eu sempre via ele indo aos jogos com as camisas do Atlético. Fui me estimulando a ver os jogos, fui gostando e agora sou fanático pelo Atlético. Eu ganhava camisas, mas ainda não entendia o que era, daí eu perguntava para ele".

Foto: Um dos presentes do Luiz. Créditos: Luis Felipe Sanzovo
"Fui crescendo e, com sete anos, comecei a entender sobre futebol, comecei a jogar e assim foi. O jogo mais marcante que fui, foi a partida contra o Sporting Cristal (Peru). O Atlético fez 2 a 1 e a partida foi para os pênaltis. O Furacão tinha errado o pênalti e o Weverton teve que defender. No final, o Atlético fez e os caras erraram. Nossa eu vibrei muito", conta feliz.
Uma história que pode ser resumida em uma frase que mistura paixão e tecnologia. "O Atlético é a coisa que eu mais vejo. Atualmente, é tipo um aplicativo que eu tenho na minha cabeça que eu só penso no Atlético", João. Ainda, ele conta quem é o ídolo dele, com direito a justificativa e o sonho com o Furacão: "meu ídolo é o Gedoz, porque eu acho ele muito bom. Um jogador que cobra falta bem, que faz as jogadas bem, toca bem e faz muitos gols. Um cara que eu admiro muito. E quero ser jogador no Atlético e fazer história", conta João, empolgado.
E o Luiz Guilherme, 8 anos, também tem lembranças e sonhos com o Atlético. "O jogo que eu mais gostei foi contra o Cascavel. Eu achei bem legal, porque naquele jogo eu vi muitos gols. E o que eu mais gosto é ver meu tio jogando (o tio dele é o Weverton, goleiro do Atlético). O meu ídolo é o Pablo, porque ele tá jogando cada vez melhor. Mas o meu sonho é que meu tio faça bastante gols", diz Guilherme. Pena que o "titio" do Guilherme é goleiro e não tem tanta possibilidade de marcar os gols, mas sim de evitá-los. E faz isso muito bem. Graças à ele, temos um Ouro Olímpico, lembra o menino Guilherme.
Vídeo: Camisas e lembranças. Um resumo da história da família com o Atlético. Créditos: Acervo Pessoal e edição: Luis Felipe Sanzovo
Tio jogador
Além de todas as lembranças com time. A família ainda tem um detalhe especial, o Weverton é tio dos meninos. "A gente tem a sorte de ter o tio deles, que é o Weverton. Ele sempre tá junto no carnaval, ano novo e churrascos. Ele é um cara bem família, bem 'crianceiro'. E se diverte com os meninos", relata Luiz.

Foto: Weverton e o Luiz Guilherme com medalha de ouro das olimpíadas de 2016. Créditos: Acervo Pessoal
E assim, meio que por acaso, aquela história de menino, hoje tem vários capítulos. Jogos marcantes, camisas como lembranças e principalmente vários momentos em família. Uma família rubro-negra!
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